Visto que as pessoas passam a maior parte do tempo em ambientes internos, é importante estudar o conforto térmico dos usuários e a qualidade do ar em edificações, os quais podem influenciar positiva ou negativamente a satisfação, performance e saúde dos ocupantes. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência de variáveis ambientais e antropométricas sobre o conforto térmico e a percepção de qualidade do ar no clima subtropical úmido de Florianópolis/SC. Foram investigadas três edificações híbridas, com alternância entre os modos de operação por ventilação natural e por ar-condicionado, e uma edificação com sistema central de ar-condicionado. Análises estatísticas foram realizadas considerando dados ambientais coletados in situ e respostas subjetivas dos usuários obtidas por meio de um questionário eletrônico. Os resultados mostraram influência direta da temperatura do ar e da razão de umidade e efeito indireto do movimento de ar sobre o conforto térmico. A sensação, preferência e aceitabilidade térmica, do movimento de ar e da umidade afetaram o conforto térmico e a percepção de qualidade do ar. Ressalta-se que, em todas as edificações, os usuários em conforto térmico tenderam a estar satisfeitos com as condições ambientais (aceitabilidade acima de 80%) e aqueles em desconforto térmico preferiram alguma mudança. Além disso, diferentes grupos de pessoas apresentaram distintas sensações, preferências e aceitabilidades quanto às condições ambientais de modo a atingir o estado de conforto térmico. Com base nos resultados obtidos, este trabalho sustenta o uso do modelo adaptativo de conforto térmico da ASHRAE 55 para edificações híbridas operando com ventilação natural. Ademais, o uso da estratégia de ventilação híbrida é recomendada para redução da concentração de poluentes, melhoria da qualidade do ar interno, prevenção contra doenças respiratórias e economia de energia devido à redução do uso de ar-condicionado.