Resíduos de acerola tem sido alvo de estudos por conter grandes quantidades de compostos fenólicos e vitamina C e, com o objetivo de valoriza-lo, o projeto realizou extração a alta temperatura a fim de produzir bebida fermentada tipo kombucha.

Para extração, o resíduo de acerola fornecido por empresa do estado do Ceará foi seco em estufa à vácuo, e após a extração hidrotérmica foi realizada em autoclave à temperatura de 121 ^oC por 15 minutos com concentração de 4,4% (m/v). Então, houve filtração e caracterização por métodos espectrofotométricos.

Do extrato, mediu-se: concentração de ácido gálico equivalente de compostos fenólicos totais; concentração de vitamina C; atividade antioxidante em Trolox equivalente; concentração de glicose equivalente de açúcares redutores; e pH. Os valores encontrados foram: 1,73 mgGAE/mL de compostos fenólicos totais; 1,58mg/mL de vitamina C; 3,31 mgTE/mL de atividade antioxidante; 4,42 mg/mL de açúcares redutores; pH de 3,27.

A caracterização demonstrou a viabilidade do extrato na produção de kombucha quando comparado com trabalho anterior realizado a partir do mesmo resíduo, porém com extração a temperatura de 50 ^oC por 4 horas. No referido projeto, os extratos obtidos apresentaram menores concentrações de compostos fenólicos e atividade antioxidante quando comparado à condição de 121 ^oC: 0,572 mgGAE/mL de compostos fenólicos totais; 0,708 mgTE/mL de atividade antioxidante; pH de 3,13. Assim, o extrato trabalhado possui melhor potencial na utilização de bebida tipo kombucha, pois sua extração é mais eficiente e o meio é esterilizado na extração.

Ao comparar com o trabalho anterior, conclui-se que é viável utilizar o extrato na produção de celulose bacteriana para o mercado biomédico, pois os meios atualmente utilizados são sintéticos e caros.

O trabalho evidenciou a viabilidade de utilizar resíduo de acerola na produção de bebida tipo kombucha. Também mostrou a possibilidade de formar celulose bacteriana para o mercado biomédico.