Na região Sul do Brasil, o míldio é a principal doença que ataca o cultivo da videira. A alternativa mais eficiente para a redução da aplicação de fungicidas no manejo desta doença é o uso de cultivares resistentes ao patógeno. Em 2012, um programa de melhoramento genética da videira foi iniciado na UFSC, Campus de Curitibanos, em parceria com a Estação Experimental da Epagri de Videira, com o intuito de avaliar as cultivares resistentes desenvolvidas na Europa, assim como desenvolver novas variedades resistentes a doenças aqui em Santa Catarina. Objetivou-se com o presente trabalho realizar um novo ciclo de cruzamentos e selecionar progênies de videira resistentes. As sementes dos cruzamentos realizados no ciclo 20018/19 foram semeadas em agosto de 2019 e mantidas em casa de vegetação. Quando as plantas atingiram uma altura de 15 cm foram inoculadas com míldio (Plasmopara viticola). As plantas suscetíveis foram descartadas e as resistentes selecionadas. Em novembro de 2019, novos cruzamentos foram realizados, estes foram feitos entre seleções avançadas de melhoramento e cultivares ‘PIWI’, resistentes, e cultivares europeias (Vitis vinífera). As flores dos genitores femininos foram emasculadas e polinizadas com o pólen dos genitores masculinos. Na maturação, as bagas foram colhidas, as sementes extraídas, tratadas com fungicidas e postas em geladeiras para a superação da dormência. Dos cruzamentos do ciclo 2018/19 2.225 sementes de 11 cruzamentos diferentes foram postas a germinar. Destas, 1372 emitiram radícula e foram semeadas em tubetes contendo substrato, resultando em apenas 318 plântulas. No ciclo 2019/20 foram realizados 13 cruzamentos, dos quais foram extraídas 2.243 sementes. O presente trabalho permitiu selecionar progênies resistentes ao míldio, bem como, realizar novos cruzamentos. No futuro, o lançamento de novas variedades irá permitir reduzir a aplicação de fungicidas, diminuindo custos de produção, e a poluição do ambiente e os riscos à saúde humana.