A fibromialgia é caracterizada pela dor crônica musculoesquelética generalizada associada a distúrbios do sono, fadiga, depressão e ansiedade. Sua patofisiologia não foi completamente elucidada, mas há fortes evidências do envolvimento de alterações no processamento central da dor. A prevalência é maior entre as mulheres no Brasil e no mundo. A fibromialgia impacta muito negativamente a qualidade de vida, reduzindo os anos produtivos e seu tratamento farmacológico é baseado em analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. Estes medicamentos acabam gerando maiores efeitos adversos do que o próprio alívio dos sintomas, por isso é necessário a busca de novos tratamentos que garantam segurança e eficácia. Por ser muito caro para as indústrias e complexo para os pesquisadores, o desenvolvimento de novos tratamentos tem se tornado um grande desafio para o avanço farmacoterapêutico dessa patologia, sendo necessário seguir caminhos mais curtos e seguros, como o reposicionamento de fármacos já aprovados no mercado. Neste trabalho buscamos o reposicionamento farmacêutico de uma molécula, a diacereína, que atua sobre fatores que degradam a cartilagem articular (ex. citocinas pró-inflamatórias), minimizando a osteoartrite. Contudo, os mesmos fatores também estão presentes na fibromialgia. Portanto, o objetivo deste estudo foi o desenvolvimento pré-clínico visando a “prova de conceito” para o uso da diacereína no tratamento da fibromialgia. Com os experimentos realizados nesse período, obteve-se dados promissores nos estudos, sugerindo possível efeito aninociceptivo da Diacereína nos distúrbios sensoriais da doença. No entanto, não foi possível concluir todos os objetivos do estudo devido a pandemia causada pelo novo coronavírus.