Zooplâncton são organismos microscópicos aquáticos que tem formas e tamanhos variados e constituem um importante elo entre os produtores primários e os níveis tróficos superiores. As ilhas oceânicas são verdadeiros oásis no meio do oceano e sua comunidade mesozooplanctônica é pouco conhecida. O presente estudo buscou analisar a abundância, biovolume e biomassa do mesozooplâncton na Ilha da Trindade, em um transecto de distância da ilha de 5, 10, 50 e 100 km e no entorno da mesma ao Leste e a Oeste. Em laboratório, as amostras foram digitalizadas pelo ZooScan e processadas pelo Ecotaxa para detectar, enumerar, medir e classificar os objetos digitalizados. A abordagem semiautomática envolve a classificação automatizada de imagens seguida de validação manual, o que permite a classificação rápida e precisa de zooplâncton. Devido à pandemia da Covid-19, foram escaneadas 9 de 28 amostras e as atividades laboratoriais foram interrompidas. O processamento das imagens e dados foi antecipado e realizado remotamente em casa. Os resultados demonstraram que a composição e abundância da comunidade zooplanctônica é similar ao de outras ilhas oceânicas, com dominância de copépodes, quetognatos e apendiculários. Os copépodes, pequenos e numerosos, contribuíram para a grande abundância do grupo no zooplâncton, enquanto que, quetognatos e apendiculários, considerados organismos gelatinosos, foram importantes para o aumento do biovolume. A biomassa foi maior em estações mais oceânicas e no entorno da ilha ao Oeste, região mais protegida de ventos e correntes, indicando um fenômeno conhecido como efeito ilha. O presente estudo demonstrou a eficácia da utilização de equipamentos ópticos para analisar padrões de distribuição e variação no tamanho do mesozooplâncton na Ilha da Trindade, relacionando-os com os parâmetros ambientais.