Estudar os efeitos de priming sintático e morfológico pode fornecer respostas a respeito do processamento da linguagem. Por esse motivo, o Laboratório da Linguagem e Processos Cognitivos, Labling, dedica parte de suas pesquisas à investigação de tal fenômeno, sendo esse projeto parte desse grupo de estudos. Tanto o priming sintático quanto o priming morfológico ocorrem quando a exposição prévia a uma determinada estrutura (no caso, sintática ou morfológica) causa efeitos no processamento posterior de estruturas semelhantes (AMENTA; CREPALDI, 2012; BRANIGAN; PICKERING; LIVERSEDGE; STEWART; URBACH, 1995). Nesse trabalho apresentamos a programação de duas tarefas experimentais para investigar a existência de efeitos de priming sintático na compreensão de sentenças em adultos falantes nativos do português brasileiro. Para isso, com base nos estudos de Angeli (2019) e De Jesus (2018), foram criadas duas tarefas: uma de leitura auto-monitorada, para um estudo comportamental, e outra de leitura silenciosa, para um estudo eletrofisiológico. Ambos os estudos utilizaram 240 sentenças adaptadas a partir do estudo de De Jesus (2018), sendo 120 experimentais e 120 distratoras. Visto que estudos de priming na compreensão apresentam evidências a favor de uma dependência lexical (e.g.BRANIGAN; PICKERING; MCLEAN, 2005), os pares experimentais de prime e alvo contém repetição dos verbos principais. Para a tarefa de leitura auto-monitorada será analisado o tempo de resposta dos participantes através da comparação dos dados entre a condição experimental e a condição controle, para observar a ocorrência do priming sintático. Já para a tarefa de leitura silenciosa, em que será aplicada a técnica de EEG/ERP, além de verificar a existência do fenômeno, tem-se o objetivo de observar quais os componentes de ERP estão associados ao priming sintático. Nesse caso, também iremos analisar se os componentes N400 e P600 foram elicitados e em quais situações isso ocorreu.