Xilo-oligossacarídeos (XOS) são oligossacarídeos não digeríveis. Atuam como prebióticos, estimulando o crescimento de bactérias benéficas ao trato gastrointestinal. O resíduo cervejeiro é uma possível fonte de XOS por ser um material lignocelulósico com porcentagem significativa de hemicelulose, que contém cadeias de xilose, fontes de XOS. Nessa pesquisa, propôs-se avaliar o potencial de obtenção de XOS a partir do resíduo de cerveja. Para isso, foi estudada a tecnologia do plasma não-térmico (PNT) conciliada à hidrólise enzimática. O pré-tratamento com plasma não-térmico promove a deslignificação da biomassa, o que permite maior acesso à hemicelulose pelas enzimas durante a hidrólise enzimática subsequente. Para fins dessa pesquisa, foram explorados os tempos de 5 minutos e de 60 minutos da amostra em contato com o pré-tratamento de plasma. Ressalta-se que o resultado mais promissor ocorreu quando o contato com o PNT foi de 5 minutos, auferindo um valor de 19,94% de hemicelulose na amostra, em contraste com os 16,54% obtidos em 60 minutos. Ademais, observou-se que a deslignificação da biomassa ocorreu em ambos os casos do pré-tratamento com plasma; no entanto, com maior tempo do material no pré-tratamento, observou-se maior porcentagem de lignina, 23,88% para o tempo de 60 minutos e 18,93% para o tempo de 5 minutos. Supõe-se que a lignina foi redepositada na biomassa quando em contato por mais tempo com o plasma. Tal constatação reforçou a conclusão de que o tempo de 5 minutos de pré-tratamento com PNT é mais adequado para a deslignificação do material e consequente obtenção de XOS. Em sequência, empregou-se a hidrólise enzimática com a enzima Endo-1,4-xilanase, que cliva as ligações glicosídicas entre os resíduos de xilose. As amostras após o tratamento enzimático foram enviadas para caracterização e, como próximo passo, espera-se quantificar os XOS obtidos para concluir se o resíduo cervejeiro é um resíduo promissor para a produção de XOS de alto valor.