Durante a formação inicial docente, os/as licenciandos/as precisam desenvolver sólidos conhecimentos teórico-metodológicos em sua área de atuação específica e no campo da Educação, propiciando que eles/as sejam capazes de [re]pensar continuamente a ação educativa. A disciplina de psicologia se insere naquelas que debatem os processos educativos e deve apresentar aos/às futuros/as docentes reflexões críticas e contextualizadas, refutando reducionismos e naturalizações, problematizando a diversidade de sujeitos matriculados nos sistemas educativos e mantendo um compromisso ético com processos inclusivos e de transformação social.  Por meio de uma pesquisa de campo qualitativa, de caráter exploratório, este estudo teve como objetivo interpretar a potencialidade de o ensino de psicologia contribuir para que os/as futuros/as professores/as formem uma práxis docente. A coleta de dados se efetivou por meio de questionários online, respondidos por 98 licenciandos/as matriculados/as na Universidade Federal de Santa Catarina. Na análise dos dados, inspirada nos núcleos de significação, verificou-se que os sentidos atribuídos aos conteúdos de psicologia contribuíram para a construção de uma visão crítico-reflexiva sobre o cotidiano escolar, calcada num compromisso ético-político. A disciplina abordou conteúdos considerados relevantes e pertinentes ao cotidiano escolar, propiciou debates que ampliaram os horizontes interpretativos dos/as licenciandos/as, significados como nodais para a formação da práxis docente. Foram apontadas falhas na conexão entre a teoria e a prática, no debate das especificidades da escola pública e de algumas temáticas do cotidiano escolar e na articulação com outras disciplinas do currículo. Os conteúdos da disciplina de psicologia ofertada às licenciaturas não são abordados por outras unidades curriculares, assim sugere-se repensar sua ementa, melhor delimitando as temáticas que devem ser abordadas à luz dos referenciais teóricos da psicologia.