As questões princiais mantidas em nosso projeto foram: “detalhar a relação quotidiana dos usuários com as novas mídias”; "identificar as principais mídias que as pessoas têm recorrido para se informar sobre política e saúde”. Procuramos compreender como elas podem estar influenciando epistemologias emergentes online a partir das noções de “verdade, causalidade, responsabilização e de sociedade” em dois contextos: da capital Florianópolis e interior do estado. Por conta da pandemia, com a impossibilidade de survey de amostragem presencial sobre os usos das tecnologias pelos grupos focais com observação participante, tivemos que realizar adaptações para metodologias remotas. Na primeira etapa cobrimos dois campos de literatura: antropologia digital e métodos digitais pelo grupo de leituras, a partir desta escrevemos um capítulo sobre etnografia digital a ser publicado em uma coletânea sobre métodos. Na segunda efetuamos um experimento online a partir de um formulário. Divulgamos ele em grupos de redes sociais. Coletamos 75 respostas e as analisamos. O questionário versava sobre padrões de uso quotidiano de mídias digitais. Tivemos 33 respondentes interessados em participar da etapa qualitativa, recrutamos 10 para realização das entrevistas por videoconferência. Elas foram conduzidas por um roteiro que detalhou as relações quotidianas dos usuários com mídias sociais e aplicativos, e opiniões gerais. Transcrevemos os vídeos, e foi realizado um treinamento com software de análise qualitativa Atlas.ti. O primeiro conjunto de resultados do projeto é de ordem metodológica, desde como transpor as entrevistas para o ambiente online à coleta e organização de dados digitais. O segundo é analítico, onde destacou-se a relevância de alguns conceitos contemporâneos nos estudos das novas mídias, notadamente o de “colapso de contextos” e “eu-pistemologia”, para pensar como a internet, ao misturar contextos, levam os sujeitos reorganizarem por conta própria seus usos das novas mídias.