Em ciência dos materiais, esforços significativos vêm sendo realizados visando valorizar os resíduos gerados pela indústria em geral. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, são norteadores destas pesquisas que objetivam dar destinação útil a resíduos e eventualmente utilizar estes para a obtenção de novos materiais, com propriedades físicas e tecnológicas diferentes daqueles que o geraram. Em função da versatilidade climática do Brasil, várias culturas agrícolas são cultivadas em solo brasileiro, gerando quantidades enormes de rejeitos lignocelulósicos. Diante deste cenário, pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de extração de celulose e nanocelulose destes rejeitos, minimizando impactos ambientais causados pelo descarte desses resíduos e os valorizando com a obtenção de produtos com elevado valor agregado. Assim, este projeto busca avaliar a possibilidade de utilização de biomassas lignocelulósicas para extração de celulose e nanocristais de celulose (NC) através de pré tratamentos químicos e hidrólise ácida. Inicialmente materiais com potencial de extração de celulose e nanocelulose serão avaliados. 

Devido à pandemia de Coronavírus (COVID-19), a iniciação científica teve que passar por alterações do plano de atividade, pois os laboratórios da universidade foram fechados, assim não conseguiu se realizar as etapas de pré tratamento como mercerização e branqueamento que seriam utilizados para facilitar a etapa de hidrólise ácida, buscando extração de NC. Também não foi possível fazer medidas de Difração de raios X, FTIR, TGA, DSC e MEV que seriam técnicas empregadas neste projeto. Então foi realizado um levantamento bibliográfico mais aprofundado sobre celulose e nanocelulose e também sobre as técnicas de extração. E em paralelo tive a oportunidade de participar com a realização de análises do artigo sobre  “Agregação de valor de resíduos agroindustriais do pinhão (Araucária angustifolia) por extração de celulose”.