Estudos sobre crescimento, características da madeira de árvores centenárias, como a Imbuia, ainda são incipientes no Brasil. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a idade, densidade e a morfologia das fibras da madeira de árvores gigantes e centenárias de Ocotea porosa, provenientes de quedas ocasionadas por eventos naturais, ou apreensões realizadas pela Polícia Militar Ambiental. Destas extraíram-se discos, dos quais foram lixados para possibilitar a análise dos anéis de crescimento para estimar a idade. A partir disto, retirou-se uma bagueta radial, que foi marcada em porções a cada 10% no sentido medula-casca. Posteriormente, essas foram submetidas ao processo de maceração, para mensuração das dimensões, bem como dos indicadores anatômicos. Além disso, foram extraídas amostras do disco para a determinação da densidade básica e verde. A densidade básica média (0,52 g/cm³) e verde (1,08 g/cm³) permitiu classificá-la como de média densidade. A idade da Imbuia 1 foi estimada em 533 anos, enquanto a idade da Imbuia 2 foi estimada em 250 anos, ambas apresentaram um ritmo de crescimento oscilante. Devido o elevado grau de deterioração da Imbuia 3 não foi possível estimar sua idade. As dimensões das fibras e os indicadores anatômicos das três Imbuias oscilaram, sendo para a maioria dos parâmetros, menores próximos à medula, porém não houve diferença estatística em nenhum dos parametros, sendo os valores médios das três árvores os seguintes: 0,95 mm de comprimento; 23,98 µm de largura; 14,77 µm de diâmetro do lúmen e 4,60 µm de espessura da parede, além disso, foram obtidos os valores médios de 39,03%, 60,97%, 0,67 e 38,81 para a fração parede, coeficiente de flexibilidade, índice de Runkel e índice de enfeltramento, respectivamente. De forma geral, conclui-se que a madeira de Imbuia apresenta boa homogeneidade para densidade e dimensões de suas fibras ao longo dos anos, o que é interessante do ponto de vista comercial ou de futuros plantios florestais.