A Fibromialgia (FM) é uma síndrome de dor crônica caracterizada por uma série de sintomas, entre eles dor generalizada, fadiga e distúrbios do sono. Tais aspectos da FM também impactam no desempenho das Funções Executivas (FE), que envolvem habilidades como memória de trabalho, flexibilidade, controle inibitório, atenção, entre outros, e que são necessários para autonomia do sujeito e sua adaptação ao meio. Dentre essas funções, há também a Fluência Verbal (FV), habilidade que nos permite produzir e organizar palavras verbalmente a partir de uma demanda. O objetivo deste trabalho foi investigar o desempenho em fluência verbal de pacientes com fibromialgia. Participaram 17 mulheres, todas com diagnóstico de fibromialgia, com idade entre 30 e 59 anos. Para além das Tarefas de Fluência Verbal (TFV), foram utilizadas medidas de dor, sintomas depressivos e de relato de dificuldades executivas. Os resultados mostraram poucas diferenças entre o desempenho das pacientes na TFV em comparação à média da amostra de referência. Houve relação negativa entre dor e uma medida da TFV fonológica, no entanto as relações de dor e depressão, assim como capacidade funcional, com índices da TFV semântica foram inesperadas em sua direção. Não foram encontradas relações entre desempenho na TFV e a medida de autorrelato de dificuldades executivas. Os resultados não corroboram déficit executivo nesse grupo de pacientes e sugerem limitações das TFV na avaliação de comprometimento executivo em pacientes com fibromialgia.