O processo democrático iniciado com o final das ditaduras no Cone Sul representou poucos ganhos para as mulheres, porém, algumas leis foram aprovadas e protocolos foram definidos buscando ampliar a representatividade das mulheres nos cargos públicos, entre estes a política de cotas se destaca. A proposta desta atividade voluntária é realizar um levantamento do que foi implementado em benefício das mulheres no período de 1980 a 2021 nos países do Cone Sul e acompanhar a presença na mídia das ex-presidentas Dilma Rousseff no Brasil, Michelle Bachelet no Chile, e Cristina Kirchner na Argentina. Para a execução destas atividades foi importante, utilizar as entrevistas transcritas e disponibilizada pelo LEGH - Laboratório de Estudos de Gênero de História - CFH/UFSC, além acompanhar o que foi noticiado nos periódicos do período estudado, nos países do Cone Sul. Nesta apresentação pretendo mostrar uma parte da pesquisa: a forma como o periódico El Clarín, da Argentina, focalizou a presidenta Cristina Kirchner.  Para tal, coletei e analisei matérias veiculadas neste periódico, com o intuito de observar como foi construída a imagem desta governante, em seu mandato de 2007 a 2015. Constatei que, em muitas matérias publicadas no periódico, pode-se identificar desqualificações, direcionadas à presidenta, que são comumente feitas em relação às mulheres: discutiram suas roupas, seu corpo e sua sexualidade. A forma como a descreveram, em muitas reportagens, pode ser considerado como “violência política de gênero.”