Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) gera efeitos extrapulmonares importantes, incluindo a ansiedade, condição subdiagnosticada nesta população. Assim, instrumentos específicos para a avaliação da ansiedade tornam-se importantes. Objetivo: Investigar a validade de constructo convergente e divergente do Inventário de Ansiedade para Doenças Respiratórias (IAR) no formato de entrevista telefônica em pacientes com DPOC. Métodos: Após leitura do TCLE  e anuência para participação, os participantes responderam a ficha de anamnese, o COPD Assessment Test (CAT) e a escala do Medical Research Council modificada (mMRC) para fins de caracterização. Em seguida, foram aplicados o IAR, a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) e a escala London Chest Activity of Daily Living (LCADL), em ordem aleatorizada. A correlação entre os escores das escalas foi determinada pelo coeficiente de correlação de Spearman, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliados até o momento 34 indivíduos [mediana de idade 65 (P25-75 61-66,5) anos; 18 do sexo masculino]. As correlações entre o IAR e os escores da HADS total (rho=0,86, p=0,0007), domínio depressão (rho=0,83, p=0,0001) e ansiedade (rho=0,82,p=0,0004) foram de  magnitude alta.  A correlação entre o IAR e a LCADL foi de magnitude fraca (rho=0,39, p=0,0007). Conclusão: O IAR apresentou excelentes índices de validade convergente quando correlacionado a HADS e o coeficiente de correlação com a LCADL foi baixo, atestando adequada validade divergente. Em decorrência da pandemia pela COVID-19, houve necessidade de ajuste do objetivo do estudo, que a princípio seria a investigação das propriedades do IAR na forma de entrevista presencial. Destaca-se que, em virtude da pandemia, a investigação das propriedades de medida de diferentes formas de aplicação das escalas tornou-se importante devido ao crescimento da telereabilitação e a necessidade de instrumentos de avaliação validados para aplicação a distância.