O mel floral é um produto alimentício produzido por abelhas melíferas a partir do néctar das flores. Em sua composição encontram-se carboidratos, proteínas, compostos fenólicos e flavonoides, dentre outros, conferindo ao produto benefícios nutricionais e terapêuticos. No Brasil, a legislação vigente estabelece um conjunto de análises físico-químicas à verificação da qualidade de méis. No entanto, protocolos analíticos mais céleres e de mais baixo custo são requeridos, tornando o controle de qualidade deste alimento mais eficiente. Assim, a espectroscopia de infravermelho próximo (NIR) foi aplicada à tipificação de méis florais produzidos por Apis mellifera L. no Estado de Santa Catarina. Para tal, 66 amostras de méis oriundas das onze regiões agroecológicas catarinenses foram coletadas nas safras 2018–2019 (33 amostras) e 2019–2020 (33 amostras). As amostras foram submetidas à análise de espectroscopia NIR (800 a 2780 ηm) para determinação dos perfis espectrais, seguido da correção da linha de base e do sinal multiplicativo (MSC) para otimização da relação sinal/ruído. A análise visual dos espectros de NIR permitiu diferenciar as amostras entre safras, a partir das bandas atribuídas aos overtones de O-H em 1465 ηm e 1936 ηm, que estão relacionados à presença de água e carboidratos, respectivamente, naquela matriz complexa. Subsequentemente, a Análise de Componentes Principais (PCA) confirmou a discrepância composicional das amostras entre as safras investigadas, captando 96% da variância total dos dados. Estes resultados podem estar diretamente relacionados às condições climáticas nas regiões produtoras e, portanto, na continuação do estudo os efeitos da temperatura e precipitação pluviométrica sobre os perfis espectrais dos méis florais serão investigados.