A indústria de suínos compõe uma das mais significativas atividades socioeconômicas do setor pecuário brasileiro, tendo especial relevância no Estado de Santa Catarina, a qual abriga a maior proporção de granjas suinícolas. Devido às necessidades desta indústria, a suinocultura consome uma significativa parcela de água canalizada em sua atividade, tal sistema também é responsável pela inviabilização de recursos hídricos pela produção de efluentes possivelmente contaminados com patógenos entéricos, necessitando tratamento prévio para a reutilização-hídrica de tal material para fins menos “nobres” como a fertilização. Extratos de sementes de Moringa oleífera são utilizadas como objeto de baixo custo no tratamento de águas residuais, apresentando floculação de partículas orgânicas por proteínas naturalmente floculatórias. Para obtenção deste extrato é retirado o “grão” de um envoltório membranoso que recobre a semente, na qual o grão é subsequentemente macerado. Pouco se sabe, porém, se o envoltório membranoso descartado para obtenção do grão (denominado como membrana “alada” de M. oleífera) possuí igualmente capacidade de retenção de matéria orgânica patógenos entéricos, em especial espécies virais a quais podem permanecer viáveis por extensos períodos e não são analisados em testes de qualidade hídrica usuais. Nesse sentido, o estudo visou avaliar a capacidade de redução da turbidez de águas residuárias da suinocultura, analisando a redução e/ou adsorção de bactérias entéricas (representadas pela Escherichia coli.) e vírus entéricos (representados pelos Circovírus porcino – PCV-2, bem como usando Adenovírus Humano respiratório HAdV-5 como controle interno viral) mediado por sementes íntegras de M. oleifera assim como por somente membranas aladas destas sementes.  O uso de membranas aladas de M. oleífera apresentou potencial como um biomaterial a ser explorado na descontaminação de águas residuárias visando seu reciclo para fins de recuperação hídrica e de nutrientes.