A radiação ultravioleta B (R-UVB) emitida pelo sol é parcialmente atenuada na camada de ozônio estratosférico. Atividades antrópicas têm contribuído para a depleção dessa camada, resultando no aumento da incidência dos comprimentos de onda mais curtos da R-UVB na superfície terrestre. A exposição prolongada a esses comprimentos de onda representa um fator de risco para os diferentes organismos. Macrobrachium olfersii é um camarão de água doce que atua na ciclagem de energia dos ambientes aquáticos e se reproduz em águas claras, onde a R-UVB penetra com facilidade. Estudos realizados no Laboratório de Reprodução e Desenvolvimento Animal (LRDA/UFSC) demonstraram que embriões de M. olfersii expostos à R-UVB apresentam alterações morfológicas e nos processos celulares inerentes ao desenvolvimento embrionário, como a proliferação celular e apoptose. Contudo, ainda se desconhece as relações entre os mecanismos pelos quais as células embrionárias de M. olfersii respondem ao insulto da R-UVB. Assim, em função das limitações impostas pela pandemia, o objetivo desse estudo foi modificado para elaborar um painel de toxicidade para as células embrionárias desse organismo em resposta à exposição à R-UVB. O protocolo foi obtido através de um estudo publicado em 2020 por um grupo de pesquisadores noruegueses. A primeira etapa consistiu na análise de artigos, cujos resultados foram organizados em uma tabela contendo informações sobre: irradiância, duração da exposição, dose total, duração do teste, condição após exposição, estágio de vida, marcadores de resposta celular, evidência celular, significância estatística, efeito da irradiância e ensaio celular. A segunda etapa consistiu no desenho do painel propriamente dito, cujas informações da tabela foram representadas esquematicamente. Os resultados do painel demonstraram, até o momento, quais as relações existentes entre a ativação ou inibição das moléculas que respondem ao insulto da R-UVB nas células embrionárias de M. olfersii.