A saúde mental das mães é um dos fatores individuais parentais que atua como determinante da parentalidade. Assim, diversos estudos nacionais e internacionais têm revelado maneiras pelas quais a saúde mental parental interfere na qualidade do exercício da personalidade em contextos diversos. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo analisar a relação entre a saúde mental e a parentalidade de mães de crianças de 3 a 11 anos. Para isso, realizou-se levantamento de dados a partir da Escala de Saúde Mental Positiva (ESMP) e do Inventário de Dimensões da Parentalidade (IDP), ambas escalas tipo Likert de frequência de 6 pontos. Também foi utilizado a Escala Apoio Social Percebido (EAS) e questionário sociodemográfico para avaliar variáveis complementares. Participaram 247 mães brasileiras de crianças de 3 a 11 anos, de diferentes configurações familiares, com média de idade de 37,55 (DP=5,86) e de escolaridade 17,89 (DP=2,78). Os resultados indicaram correlação significativa entre parentalidade positiva e saúde mental geral e entre parentalidade e bem-estar emocional e bem-estar psicológico. No entanto, não foi encontrada correlação significativa entre saúde mental e a dimensão Coerção. Na comparação de grupos de mães com maior saúde mental (SM+) e menor saúde mental (SM-), observou-se que o grupo SM+ apresentou maior parentalidade positiva, mais anos de escolaridade, renda e escore de apoio social em comparação com as mães do grupo SM-, em níveis estatisticamente significativos. Assim, é possível constatar que fatores como saúde mental parental, situação socioeconômica e disponibilidade de apoio social aparecem como determinantes da parentalidade, atuando como fatores de proteção, influenciando o exercício da parentalidade e estão relacionados com maior presença de práticas parentais positivas. Destaca-se, assim, a importância da promoção da saúde mental positiva para a promoção de uma parentalidade mais positiva.