A nanocelulose (NCC) é um nanomaterial biodegradável, biocompatível e de elevada cristalinidade, com potencial para a formação de compósitos com diversas matrizes, como filmes biopoliméricos. Nesta pesquisa, resíduos têxteis de algodão foram utilizados como fonte para a obtenção de NCC e avaliou-se o efeito da remoção do corante no rendimento da reação, cristalinidade, morfologia e estabilidade da suspensão. A obtenção da NCC ocorreu por hidrólise com ácido sulfúrico (60% m/m) a 45°C e 45 minutos. A remoção de cor do algodão foi feita com uma solução de hidrossulfito de sódio e NaOH em reação por 25 minutos. Os nanomateriais colorido e descolorido foram então utilizados em filmes de alginato e carboximetilcelulose (1:1 em massa) em concentrações de 1%, 2,5% e 5% (em relação à massa dos polímeros) e avaliou-se a permeabilidade ao vapor d’água (PVA). Com rendimento superior a 86% no processo de produção do NCC, foi possível obter nanocelulose a partir de resíduos de algodões de uma peluciadeira, tanto coloridos como descoloridos. Ambos nanomateriais apresentaram formato de whiskers e apresentaram cristalinidade superior ao algodão original, mas as análises mostraram que a estabilidade e a cristalinidade foram maiores nas amostras coloridas. Nos filmes de alginato e CMC, a adição da nanocelulose não afetou a homogeneidade e nem o aspecto, porém a PVA foi maior para o NCC descolorido, indicando maior hidrofilidade e maior potencial deste nanomaterial para aplicações biomédicas, como curativos.