A esquizofrenia é uma das mais graves doenças psiquiátricas, a qual pode ser tratada com medicamentos antipsicóticos. A naringenina, encontrada naturalmente em alimentos, tais como frutas cítricas, é um metabólito da naringina, pertencentes à classe dos flavonoides chamadas de flavononas. Essas substâncias apresentam diversas características funcionais, tais como propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e neuroprotetoras, que torna-as promissoras para aplicação como antipsicóticos, podendo ajudar no tratamento de doenças como a esquizofrenia. Um dos maiores problemas do uso industrial destas substâncias se dá à baixa biodisponibilidade delas, ou seja, à dificuldade do corpo humano em metabolizá-las. O processo de micronização consiste na redução do tamanho das partículas, alterando características, como o aumento da solubilidade em água, que acarreta numa maior biodisponibilidade da substância. A formação de cocristais é um método que muda as propriedades da substância, por meio da alteração das interações moleculares e da composição química da substância (com o auxílio de um coformador), permitindo, assim, a melhora da sua biodisponibilidade. Os métodos de micronização e cocristalização a alta pressão apresentam diversas vantagens em comparação aos convencionais (spray drying e moagem, por exemplo) , tais como menor desperdício de solvente e maior controle no tamanho das partículas e em sua distribuição durante o processo. O CO2 supercrítico é muito usado por ser atóxico, não inflamável, possuir baixo custo e ser altamente versátil, podendo atuar como solvente, antissolvente ou soluto nesses processos. Este projeto teve como objetivo realizar um estudo teórico sobre a micronização e a formação de cocristais da naringina e da naringenina por método gás antissolvente (GAS), usando etanol como solvente e CO2 supercrítico como antissolvente, com o objetivo de diminuir o tamanho médio das partículas e aumentar a biodisponibilidade dessas substâncias.