O uso de poliésteres alifáticos para a desenvolvimento de biomateriais poliméricos vêm ganhando destaque em decorrência da sua biocompatibilidade, biodegradabilidade e bioreabsorção. Dentre os métodos ambientalmente favoráveis para a obtenção dos polímeros, a polimerização enzimática por abertura de anel (e-PAA) emerge como alternativa pois permite a obtenção de polímeros com massa molar elevada e não utiliza de catalizadores químicos. No entanto, o uso desses polímeros em biomateriais possui aplicação limitada em decorrência da sua alta cristalinidade e hidrofobicidade. Assim, a modificação destes poliésteres via reação tiol-eno possibilita a incorporação de biomoléculas nas insaturações da cadeia linear do copolímero, visando a alteração destas propriedades. Desta forma, o presente trabalho possui como objetivo a síntese do copoliéster poli(globalide-co-ε-caprolactona) por e-PAA e a modificação via reação tiol-eno com o aminoácido cisteína. As sínteses e análises dos resultados foram em parceria com o aluno de doutorado do professor, onde remotamente, auxiliei nas revisões de literatura, estudo dos métodos e interpretação de resultados. Os resultados preliminares obtidos por Espectroscopia de Ressonância Magnética apresentaram uma incorporação de 18% de aminoácido, evidenciado pelo consumo das insaturações do poliéster. A presença de grupos funcionais característicos foi avaliada de modo qualitativo por Espectroscopia de Infravermelho. Além disso, por análise de Calorimetria Exploratória Diferencial foi observado uma redução de 10% no grau de cristalinidade do copolímero. Sendo assim, a modificação de poliésteres alifáticos com aminoácidos contribui para a redução da cristalinidade, aumentando sua interação com solventes polares. Esses resultados contribuem para o desenvolvimento de novos dispositivos para aplicações biomédicas e viabilizam a utilização deste copoliéster modificado para a estabilização de nanopartículas magnéticas sintetizadas por métodos aquosos.