A Doença de Chagas é causada pelo Trypanosoma cruzi - um protozoário flagelado - e é caracterizada por uma doença tropical, de terceiro mundo, enquadrada na classe das doenças negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde. É endêmica na América Latina, porém se espalhou para outros continentes, devido à migração de indivíduos cronicamente infectados e assintomáticos. O contágio se dá pela via oral, através da ingestão de alimentos contaminados com o parasita, de forma vetorial - pelo inseto barbeiro - e há também casos de contaminação por transfusão sanguínea, transplante de órgãos e de mãe para filho durante a gravidez. Atualmente o Benznidazol é o fármaco utilizado como a primeira opção de tratamento, por ser mais tolerado dentro do corpo. Porém, apesar de ter uma ótima taxa de cura na fase aguda da doença, a sua eficácia na fase crônica se torna menor e devido ao seu perfil toxicológico - que resulta em um elevado número de efeitos colaterais severos -, causa o abandono do tratamento pelos pacientes. Por se tratar de um fármaco de baixa solubilidade, é de interesse tecnológico a busca de novas formulações que visem a sua melhor solubilidade e que também busquem novas rotas de liberação, auxiliando na diminuição dos efeitos colaterais e em uma melhora no controle das doses e do tratamento, uma alternativa seria o desenvolvimento de nanopartículas lipídicas sólidas. Em virtude da pandemia de SARS-CoV-2, não foi possível a realização da parte experimental planejada, mas este trabalho traz uma revisão acerca de alternativas no desenvolvimento de novas formulações à base de Benznidazol, visando estabelecer o preparo de novas metodologias para o desenvolvimento de sistemas sólidos lipídicos baseados em glicerol monoestearato contendo o fármaco Benznidazol, com posterior inserção destes em sistemas poliméricos mucoadesivos, viabilizando novas rotas de liberação do fármaco, para tratamento de doenças negligenciadas, como a Doença de Chagas.