A extração de óleo a partir de matérias-primas de diferentes origens costuma ser feita com o uso de prensagem mecânica e/ou solventes orgânicos. Estas tecnologias convencionais podem ter um baixo rendimento, os solventes podem causar prejuízos ao ambiente e aos operadores, e substâncias termolábeis podem sofrer alterações. O objetivo deste estudo foi realizar uma prospecção científica sobre extração aquosa assistida por enzimas (EAE), utilizando ultrassom como uma técnica mais limpa e eficaz, visando a obtenção de lipídios e outros produtos destinados a diferentes áreas. Identificou-se o estado da arte sobre este assunto, principalmente no que diz respeito a matrizes alimentícias, com foco em frutos e sementes oleaginosos, como a castanha-do-brasil. A metodologia consistiu na pesquisa avançada nas bases de dados científicos Science Direct, Scopus e Web of Science (WOS) de março a junho de 2021. Foi recuperado um total de 1099, 79 e 46 artigos científicos nas bases Science Direct, WOS e Scopus, respectivamente. Observando os experimentos realizados (uso de enzima e ultrassom), foram selecionados 24, 13 e 4 artigos originais nas bases investigadas. Os dados mostraram que o ultrassom aplicado como pré-tratamento ou associado à EAE aumentou o rendimento da extração de óleo e de outras substâncias para aplicação em alimentos, químicos, fármacos, medicamentos, por exemplo. Entre as matérias-primas destinadas a consumo humano, não foram encontrados artigos utilizando a castanha-do-brasil. Este estudo mostrou que a utilização da EAE associada com o ultrassom é uma técnica promissora para a extração de lipídios e diversos outros compostos. O levantamento feito evidenciou que há um vasto campo de pesquisa para que as técnicas convencionais de extração sejam substituídas por esta tecnologia mais limpa. Neste projeto, o plano de trabalho original, que previa atividades práticas, foi adaptado para a realização da prospecção, devido à pandemia de COVID-19.