De modo a compreender as articulações e desdobramentos entre a produção de conhecimento antropológico e o feminismo na região sul do Brasil, em particular no estado de Santa Catarina, um dos principais pólos de desenvolvimento dos estudos feministas e de gênero no país, ao longo desta etapa do projeto buscou-se a identificação das principais pesquisadoras do campo, bem como o mapeamento de linhagens antropológicas feministas. Por meio de pesquisa etnográfica documental realizada em meio digital e bases de dados científicas brasileiras, identificou-se a constituição e consolidação de um campo epistemológico em torno de “temática de interesse feminista”, atualmente de caráter interdisciplinar, que vem se desenvolvendo desde a década de 1990, em que a antropologia figura como uma referência disciplinar significativa, por meio da criação de núcleos de pesquisa. Atualmente existem 88 núcleos interdisciplinares em diferentes universidades catarinenses, dos quais 49 estão localizados na grande área de Ciências Humanas e 5 na Antropologia. No que tange ao mapeamento das antropólogas feministas centrais e suas linhagens, identificou-se 2 pesquisadoras-chave; a partir do recorte de orientação em pós-graduação (mestrado e doutorado), identificamos a formação de 128 antropólogas, que atuam em diferentes universidades brasileiras. Este mapeamento denota a consolidação do campo antropológico feminista brasileiro e relevante interconexão e cooperação entre diferentes centros de produção científica pelo país.