Nos últimos anos, viu-se o crescente investimento em projetos de “Economia Criativa” e de “Desenvolvimento Sustentável”, que começam a ganhar espaços e são usados cada vez mais para justificar novas exigências à educação. O presente trabalho busca investigar suas propostas, as relações entre a Economia Criativa e o Desenvolvimento Sustentável e o que trazem de tendências para a transformação do Estado, da participação privada nas políticas públicas e na educação. Parte-se da análise de documentos de Organismos Internacionais, destacadamente do BID e da CEPAL, que abordam tais conceitos e ajudem a compreender os projetos de desenvolvimento para o continente latino-americano na próxima década. Tal análise baseia-se em leituras teóricas para compreender os fundamentos epistemológicos dos projetos em questão, à exemplo do estruturalismo cepalino e da recente contribuição do pensamento “neoschumpeteriano”. Para situar criticamente tais propostas no contexto social e econômico do capitalismo dependente latino-americano, em especial brasileiro, recorremos principalmente à Teoria Marxista da Dependência e de seus conceitos, como “dependência” e “superexploração da força de trabalho”. Trabalhamos com a hipótese de que as transformações na estrutura econômica apontadas pela Economia Criativa e pelo Desenvolvimento Sustentável exigem, em contrapartida, transformações na formação da força de trabalho, implicando reformas na escola e na educação. As leituras e análises permitiram mapear alguns fundamentos para a compreensão crítica dessas anunciadas transformações.