O uso de polímeros comerciais reativos como plataformas para produção de catalisadores heterogêneos é uma estratégia bastante atraente para a substituição dos catalisadores homogêneos. Isso porque os métodos químicos necessários para a funcionalização dos polímeros são relativamente simples e bem dominados quando comparados aos métodos de funcionalização de superfícies inorgânicas. Assim, é possível produzir materiais catalíticos, recuperáveis, e que apresentem grupos funcionais específicos de forma modular.

Neste trabalho, utilizou-se a metodologia de pós-modificação polimérica para produção de um catalisador heterogêneo rico em grupos imidazóis e que pudesse ser aplicado em um reator em fluxo. Para tanto, o poli(etileno-alt-anidrido maleico), PEMA, foi reagido com o 1-(3-aminopropil)-imidazol para formar o poli[etileno-alt-ácido acrílico-per-N-(3-aminopropil)-imidazol)acetamida], PECIm, em uma única etapa e sem a necessidade de catalisadores. O PECIm foi então submetido à uma etapa de ciclização intramolecular para formar o poli[etileno-alt-(N-(3-aminopropil)-imidazol)maleimida], PEIIm, tornando-se insolúvel em água. Ambos os polímeros foram caracterizados por espectroscopia no infravermelho RMN, TGA, potencial zeta e análise elementar, confirmando as modificações esperadas. Com o PEIIm, construiu-se uma coluna de leito fixo e fluxo contínuo para degradação do dietil-2,4-dinitrofenil fosfato em pH 8, atingindo-se 84% de quebra desse composto no primeiro uso e 75% no segundo após 5 horas de reação, demonstrando assim que o polímero preparado é ativo na quebra do organofosforado, podendo ser utilizado em aplicações em fluxo.