A produção microbiana de ácidos orgânicos é uma alternativa promissora para a diminuição de impactos ambientais da atual produção via petroquímica desses compostos. Por serem moléculas destacadas como importantes blocos químicos, dando origem a diversos compostos e com diferentes aplicações, aumenta-se o interesse pela obtenção de processos mais produtivos e com maiores títulos de ácido. O ácido succínico (AS) é um intermediário do ciclo metabólico de diversos microrganismos, contendo 4 carbonos, e é útil para diversos segmentos da indústria química, de alimentos e farmacêutica. Biologicamente, é possível obter ácido succínico por três rotas: via redutiva do ciclo TCA sob condições anaeróbicas, via oxidativa do ciclo TCA e rota de glioxilato. A produção por via microbiana de ácido succínico, além da possibilidade de substituir matérias-primas fósseis por matéria-prima renovável, apresenta a vantagem adicional de metabolização de CO2 durante o processo fermentativo. Dentre os microrganismos naturalmente produtores desse ácido, Actinobacillus succinogenes ATCC 55618 destaca-se pela capacidade de metabolizar naturalmente uma ampla gama de açúcares em ácido succínico. Contudo, a produção desse ácido orgânico por via microbiana possui desafios como, por exemplo, inibição por produto. Neste sentido, este projeto tem como objetivo selecionar cepas de A. succinogenes com maior resistência ao AS em relação a cepa nativa por meio de estratégias de adaptação evolutiva e mutações aleatórias que possibilitem a obtenção de maiores títulos de ácido succínico durante a fermentação. A adaptação evolutiva será realizada por meio do contato da cepa com aumento gradativo da concentração de AS (pressão de seleção). Assim, será possível selecionar cepas com maior tolerância ao AS em relação à cepa nativa e, consequentemente, melhorar o desempenho fermentativo para a produção de ácido.