O tema dessa pesquisa é a relação entre o conhecimento produzido no Ensino Superior e a Justiça Social. Para fazer essa relação utilizo a perspectiva de Jan McArthur, embasada na Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. Repensar o conhecimento na Ensino Superior em prol de um maior estado de Justiça Social envolve refletir sobre diversos aspectos daquela que tem desdobramentos sociais. Dentre eles, as formas complexas de se trabalhar o conhecimento, a necessidade de engajamento do estudante, a interdisciplinariedade crítica e a possibilidade de se permitir um “fora” das forças hegemônicas normalizadoras da sociedade. Enquanto nível superior da educação, a Universidade tem o afã de permitir o contato com problemas sociais, técnicos e teóricos complexos e que refletem a sofisticação das relações sociais do século XXI das quais eles surgem. O estudo desses problemas necessita não apenas de leitura e apropriação passiva, mas de um engajamento ativo do estudante nas práticas e linguagens acadêmicas. Apenas assim é que ele poderá contribuir para a delimitação maior desses problemas e para um possível encontro de soluções que reverberem na sociedade. As disciplinas engajadas devem propiciar ao estudante um arcabouço teórico para que ele possa criticá-las e fazê-las crescer em um meio aberto de debate, contestação e revisão entre seus pares. Ainda que mantenha uma delimitação epistemológica por questões de rigor e produtividade científica, as disciplinas devem se manter em diálogo com outras disciplinas acadêmicas de forma a contribuir para ampliar o conhecimento e as ferramentas produzidas por toda comunidade acadêmica. Além disso, a experiência da Universidade, fornece ao estudante a possibilidade de uma visão crítica da sociedade, porque atua como um “exílio” a partir do qual o estudante consegue tomar uma distância das forças mercadológicas que atuam incessantemente e analisar as várias faces que compõe o âmbito social.