Os cnidários, representados por águas-vivas, anêmonas, hidras e corais, são caracterizados pela presença de células denominadas de cnidócitos, que abrigam cápsulas de conteúdo tóxico, conhecidas como nematocistos. Estes, por sua vez, ao entrarem em contato com a epiderme humana podem causar irritações e, em alguns casos, desencadear sintomas de efeito sistêmico como febre e vômito, por exemplo. Nos últimos anos há um crescimento do número de acidentes envolvendo banhistas e águas-vivas em Santa Catarina. Porém, pouco se sabe a respeito do padrão de aparecimento desses organismos planctônicos, assim como as causas de grandes agregações, fenômeno conhecido como bloom. Esses eventos, quando associados a espécies de grande toxicidade, podem causar problemas de saúde pública pois resultam em um grande número de acidentes que podem provocar efeitos sistêmicos e a necessidade de atendimento hospitalar. Entretanto, não existe até o momento um monitoramento desses organismos no estado de Santa Catarina. Assim, este projeto visa dar continuidade ao monitoramento de medusas e caravelas-portuguesas na Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, e a construção de um banco de dados das espécies predominantes ao longo de um ano. A coleta de dados, realizada desde dezembro de 2019, consiste no monitoramento de transectos pré-delimitados nas praias da Barra da Lagoa e do Campeche, na região entremarés e durante períodos de maré baixa. Com o prosseguimento desse projeto, será possível entender melhor a sazonalidade desses organismos correlacionando-a com dados abióticos como o vento, temperatura do mar e ondulação, permitindo continuar a construção de uma série de longo prazo visando uma melhor compreensão da ocorrência de blooms com impacto na saúde pública.