A pesquisa que apresento a seguir, intitulada Políticas Culturais para Resistir: O festival Sonora e a cena musical de mulheres em Florianópolis SC é resultante do meu trabalho de conclusão de curso em ciências sociais e se desdobra a partir da minha experiência como bolsista PIBIC no projeto Etnografia das Políticas Públicas de Gênero, Sexualidade e Diversidades nos Governos Petistas (2002-2016). Nesta pesquisa investiguei a cena musical de mulheres em Florianópolis SC a partir do Sonora Festival – Ciclo Internacional de compositoras. O objetivo geral foi  entender quais os caminhos que as mulheres utilizam para se profissionalizar na música. Como objetivos específicos busquei avaliar o acesso às políticas públicas culturais a partir do ponto de vista das mulheres entrevistadas; mapiar movimentos musicais que lutem contra as desigualdades sociais na música; entender os impactos que o festival Sonora acarretou em suas carreiras, e entender se as entrevistadas se consideram feministas. A partir de uma perspectiva feminista, procurei contribuir nos estudos de gênero e etnomusicologia. A pesquisa foi fundamentada teóricamente nos feminismos negros e decolonias visando entender como operam as opressões resultantes da colonialidade de gênero/poder, colocando no centro do debate as experiências de vida das mulheres estudadas. Adotei uma metodologia qualitativa e foram feitas seis entrevistas semiestruturadas, com mulheres que participaram do Sonora Festival- Ciclo Internacional de Compositoras em Florianópolis. Verificou-se a dificuldade de acesso às políticas públicas de cultura e a escassez de políticas culturais específicas para grupos subalternos, assim como a falta de controle e análise de dados referente ao edital Elisabeth Anderle, reforçando a importância e necessidade de mais pesquisas científicas nessa área. O Sonora foi considerado um espaço importante para a cena musical de mulheres sendo o primeiro palco profissional para muitas musicistas.