A conífera de ocorrência natural no Brasil Araucaria angustifolia, conhecida popularmente como araucária, possui elevado valor ecológico, econômico e cultural, sendo chave na dinâmica florestal da Floresta Ombrófila Mista (FOM). A exploração de forma indiscriminada e redução de sua área de ocorrência original, devido sua madeira de ótima qualidade, trouxe-a as listas de espécies ameaçadas de extinção. Assim, a determinação de áreas de coleta de sementes adequadas é uma prática necessária para se obter sucesso no processo de restauração. O objetivo deste trabalho foi definir e indicar áreas de coleta de sementes de A. angustifolia, capazes de fornecer material em quantidade e diversidade genética suficiente de dar origem a novas populações para fins de restauração. Para isso, até o momento foi realizada a genotipagem por microssatélites de 68 adultos e 300 sementes, coletadas de 12 matrizes, na área da Fazenda Experimental do Centro de Ciências Agroveterinárias (FECAV), Lages – SC. Os índices de diversidade genética foram calculados para população adulta e sementes: índice de fixação (f), heterozigosidade observada (Ho) e esperada (He). A população apresentou um total de 142 alelos, sendo 2 alelos raros, e elevada diversidade genética, com índice de fixação significativo para plantas adultas (He= 0,681; Ho= 0,638; f=0,070) e sementes (He= 0,701; Ho= 0,669; f=0,066), com probabilidade de erro menor que 5%. Com base no valor do tamanho efetivo de variância das sementes obtido (Nev = 3,638), recomenda-se a coleta de sementes em, ao menos, 41 matrizes para fundar uma população com tamanho efetivo de 150 indivíduos. Os resultados não apontaram distância mínima para se evitar proximidade genética entre indivíduos. A caracterização genética segue em andamento para outras populações, enquanto o curso de capacitação e o monitoramento dos plantios foram reprogramados para serem realizados em momento adequado, respeitando as diretrizes de distanciamento social.