O declínio das abelhas compromete a manutenção dos ecossistemas. O uso de agrotóxicos causa sua mortalidade, sendo os herbicidas responsáveis por danos subletais. Este estudo avaliou a ação de um herbicida a base de glifosato sobre a ultraestrutura do corpo gorduroso e expressão de genes que codificam para vitelogenina em Apis mellifera, determinando seu efeito no vigor das colmeias. Seis colmeias do apiário experimental foram manejadas para apresentarem homogeneidade populacional. Por quatro semanas, no tratamento controle, receberam solução com xarope de açúcar e pólen, enquanto no tratamento Roundup®, foi adicionado 1,5 µL do herbicida. Para as avaliações, 50 abelhas foram marcadas com tinta atóxica e devolvidas às suas colmeias. Nas análises de ultraestrutura, foram coletadas com sete e quinze dias, dissecadas e processadas de acordo com protocolo padrão para microscopia de transmissão. O isolamento do RNA foi realizado com abelhas de 15 dias, utilizando-se kit mirVana™. Avaliou-se a qualidade das colmeias em dois momentos: no início dos bioensaios e 110 dias após a última exposição. As fotomicrografias indicaram alterações ultraestruturais no corpo gorduroso em abelhas do tratamento Roundup®, com citoplasma eletrondenso e degeneração de organelas, evidenciando necrose celular. No grupo controle não encontraram-se alterações. O RNA isolado apresentou qualidade para análise da expressão dos genes que codificam para vitelogenina. No entanto, esta não foi realizada devido as medidas de isolamento sanitário. As avaliações qualitativas indicaram redução na população de abelhas adultas e área de cria no tratamento Roundup®, com morte de colmeia por enfraquecimento e ataque de predadores. Enquanto o grupo controle apresentarou variações esperadas para o inverno. Conclue-se que o herbicida a base de glifosato, mesmo em indivíduos não alvo, causa alterações relevantes no corpo gorduroso das abelhas, a nível celular, afetando a sobrevivência das colmeias.