Amíude durante processos de industrialização apenas parte da fruta é aproveitada, gerando cascas, sementes e outros coprodutos que quase sempre são desperdiçados. Dentre essas está a juçara, uma fruta tropical brasileira, reconhecida por ser rica em compostos fenólicos, em que se destacam as antocianinas. Essa fruta é um subproduto da produção do palmito Juçara, e o seu valor comercial é baixo. Seus compostos bioativos vem ganhando interesse científico e econômico, já que podem estar relacionados a atividades promotoras da saúde e com a utilização como aditivo alimentar. O trabalho se dedicou a aplicar diferentes solventes em um método convencional de extração para obter extratos ricos em antocianinas, visando a valorização deste resíduo. A extração foi realizada pelo método de Extração Assistida por Ultrassom (da sigla em inglês UAE) e os solventes utilizados foram o 1,2-propanodiol, 1,3-butanodiol, etanol e metanol a 50 % em volume. As antocianinas totais dos extratos foram determinadas por quantificação a partir do método de Concentração do Pigmento Monomérico de Antocianina (da sigla em inglês MAC). Os compostos fenólicos totais foram determinados pelo método TPC a partir do reagente Follin e as atividades antioxidantes determinadas pelos métodos DPPH e ABTS. Assim, o 1,2-propanodiol foi o mais eficiente na recuperação de antocianinas e o 1,3-butanediol foi o mais promissor para a recuperação de compostos fenólicos. A atividade antioxidante dos extratos obtidos a partir dos diols também apresentou valores superiores para DPPH e ABTS. Quando comparamos as técnicas de extração por Soxhlet e Ultrassom, a segunda mostrou valores superiores de concentração de fenólicos e antocianinas, e de atividades antioxidantes. Portanto, o método de extração por Extração assistida por Ultrassom utilizando diols ou monoalcoois é simples, de baixo custo, ambientalmente amigável e eficiente, com alto potencial para aplicações em produtos alimentícios e farmacêuticos.