Número do Painel
Autor
Instituição
UFSC
Tipo de Bolsa
BIPI/UFSC
Orientador
MYRIAM RAQUEL MITJAVILA
Depto
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL / DSS/CSE
Centro
CENTRO SOCIOECONÔMICO
Laboratório
Grande Área / Área do Conhecimento
Ciências Humanas e Sociais/Ciências Humanas
Sub-área do Conhecimento
Sociologia
Titulo
Discursos médicos em torno da infância socialmente problemática
Resumo

O trabalho teve por objetivo examinar os olhares da psiquiatria sobre a infância consideradaproblemática, em função de atributos e comportamentos definidos como   disruptivos deacordo a determinados parâmetros de normalidade. Do ponto de vista teórico, a perspectivaadotada se apoiou: a)  na consideração da infância como dimensão das tecnologias biopolíticasna modernidade ; b) no conceito de medicalização de Robert Conrad (2010), que denota oconjunto de processos caracterizados pela codificação médica de problemáticas anteriormentelocalizadas fora do seu domínio; c) na análise do papel das neuronarrativas (MARTÍNEZ-HERNÁEZ, 2017) nos discursos da psiquiatria contemporânea, caracterizadas peloprotagonismo de explicações biológicas e de modelos terapêuticos centrados em intervençõesfarmacológicas  voltadas para a “normalização” dos comportamentos.  O desenhometodológico compreendeu a análise qualitativa de conteúdo de artigos científicos publicadosem periódicos nacionais da área da neuropsiquiatria. Em função das limitações impostas pelapandemia de SARS – Covid 19, o domínio empírico da pesquisa foi limitado aos artigospublicados na Revista Brasileira de Psiquiatria no período 2021-2020, levando emconsideração a importância da publicação na área da psiquiatria e a sua disponibilidade emformato digital. Da análise preliminar dos 25 artigos selecionados, destaca-se: a) opredomínio da utilização das categorias diagnósticas  TDAH, TOC, TOD, bipolaridade,transtornos do humor e  comportamento suicida na descrição e codificação neuropsiquiátricado perfil da infância problemática.  Em contrapartida, observa-se a ausência de referências acondições que a psiquiatria infantil associava à figura da criança-problema em períodosanteriores MITJAVILA, 2020), tais como as relativas ao grupo das deficiências cognitivas; b) apresença de regularidades discursivas que sugerem o predomínio de modelos etiológicosbaseados na atribuição de causas neurocerebrais  e epigenéticas aos diversos tipos decomportamentos disruptivos, bem como a referência, em menor medida, ao papel etiológicoda família como fator intercorrente, propiciador ou, ainda, propriamente patogênico naconstituição da infância-problema.

Link do Video https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/227417
Palavras-chave
risco, biopolítica, medicalização da infância, periculosidade, psiquiatria
Colaboradores

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