A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por descargas elétricas anormais e exageradas no cérebro que se repetem periodicamente, dando origem às crises epiléticas. A administração de pilocarpina em roedores mimetiza a epilepsia do lobo temporal associada à esclerose hipocampal de humanos. Recentemente tem sido descrita uma alternativa para o modelo da pilocarpina sistêmica: a administração de pilocarpina intra-hipocampal, a qual induz o SE com uma eficiência. No entanto, há pouca informação na literatura com relação às alterações comportamentais desse modelo. Assim, o objetivo do presente trabalho é realizar a implementação do modelo animal de epilepsia do lobo temporal associada à esclerose do hipocampo, induzida pela administração intra-hipocampal de pilocarpina, no Laboratório de Ciências Médicas (CCS) e avaliar parâmetros comportamentais relacionados à locomoção, ansiedade, depressão, capacidade olfatória e memória, na fase de latência do modelo. Os animais foram separados em 2 diferentes grupos, pilocarpina (1,4 μg/sítio) e salina, amobos por via intra hipocampal. Vinte dias após a administração de pilocarpina foram iniciadas as avaliações comportamentais: campo aberto, labirinto em cruz elevado, splash test, discriminação olfatória e realocação de objetos, realizados com diferença de 2 dias entre eles. Houve redução significativa nos parâmetros locomotores do campo aberto e labirinto em cruz elevado nos animais que receberam pilocarpina em comparação ao grupo controle. Houve uma tendência de redução nos comportamentos tipo ansiosos e na avaliação da memória de longo prazo, mas não foi estatisticamente significante. Dessa forma, a administração de pilocarpina intra hipocampal demonstrou ser um modelo com ótimo potencial para o estudo da fisiopatologia da epilepsia, assim como a pesquisa de novas abordagens terapêuticas.