A crescente preocupação com problemas ambientais (concept of green chemistry) teve como consequência um aumento de pesquisas dedicadas a reduzir a poluição, contaminação e desperdício de recursos. Desde 1999 foi estimado que pelo menos 75% dos surfactantes utilizados em diversos setores industriais são derivados do petróleo. Como os surfactantes derivados de petróleo não são biodegradáveis, apresentam toxicidade e são dependentes de uma fonte finita (petróleo), aumentou-se a necessidade de procurar outras alternativas, como os surfactantes de origem microbiana (biossurfactantes), especificamente a surfactina. Existem problemas relacionados a produção de biossurfactantes em escala industrial, já que o processo de recuperação dos biossurfactantes representa aproximadamente 60% dos custos de produção, enquanto que o meio de cultura representa aproximadamente 30%. Assim, é preciso buscar alternativas para reduzir os custos, principalmente da recuperação do biossurfactante. Uma das alternativas mais promissoras é o uso de resíduos agroindustriais com alto teor de nutrientes, aliado a aplicação de indutores de crescimento. Neste contexto, a manipueira destaca-se como meio de cultura alternativo (baixo custo) e quando associada ao processo de ultrafiltração (purificação), pode representar uma interessante alternativa para a viabilidade econômica da produção/purificação da surfactina em larga escala. Porém, o uso da manipueira como meio de cultura dificulta o processo de ultrafiltração (incrustação e/ou polarização na membrana), principalmente devido às proteínas da própria manipueira. Aliado a isso temos a utilização de indutores de crescimento para favorecer a produção de surfactina que será posteriormente purificada. Portanto, o objetivo deste trabalho foi aprimorar a técnica de purificação da surfactina através da aplicação de proteases de baixo custo, particularmente bromelina e papaína, anteriormente ao processo de ultrafiltração.