De maneira sumária, o projeto se debruça sobre a relação entre religião pública e neoliberalismo no Brasil, ou seja, sobre como a transferência de dispositivos de governo do estado para a sociedade civil desde os anos 1990 tem dado novo protagonismo político a grupos religiosos, mudando o próprio contrato social  que fundamenta a laicidade em nosso país. Essa questão geral seria abordada através de uma análise histórica, sociológica e etnográfica da Fundação Doutor Jesus (FDJ), criada em 2002 e fundada pelo pastor da Assembléia de Deus e hoje deputado federal Manoel Isidório. De acordo com o cronograma original, meu papel nesta pesquisa incluiria trabalho de campo etnográfico na companhia do pesquisador principal mas também a reconstrução da trajetória política do pastor Isidório e uma análise de seu estilo populista de atuação na esfera política representativa.  Em decorrência da pandemia de covid-19, foi necessário tomar um novo rumo, neste momento, para a pesquisa. Mudamos nosso foco para um trabalho de cobertura bibliográfica e de arquivo. Minha função nesta nova configuração do plano de trabalho foi recuperar a trajetória jurídica das comunidades terapêuticas no país desde a sua inserção no Sistema Único de Saúde.Também durante o desenvolvimento do projeto foi produzido o artigo “Os estudos críticas da religião e do secularismo: virada ou paradigma?” em que é feita uma revisão nos estudos críticos do secularismo e religião contemporâneos.  Outras produções que resultaram de nossa pesquisa foram a tradução do artigo de Charles Hirschikind “UMA ÉTICA DA ESCUTA: A AUDIÇÃO DE SERMÕES EM CASSETE NO EGITO CONTEMPORÂNEO”, publicada no periódico Debates do NER,  e  uma revisão bibliográfica sobre diferentes vertentes de teorização  sobre o neoliberalismo hoje disponíveis nas ciências sociais, publicada no Blog do Labemus. Esses trabalhos servirão de base para a realização do projeto de pesquisa original assim que a situação sanitária se normalizar.