A presente pesquisa, que integra o projeto desenvolvido no âmbito do IFC, Campus Luzerna, tem como objetivo o estudo das práticas de nominação das populações pertencentes ao Distrito do Rio do Peixe, Comarca de Palmas (atual Catanduvas), no Paraná, e 1º. Distrito de Limeira, Comarca e Município de Cruzeiro (atual Joaçaba), em Santa Catarina; entre os anos de 1914 e 1931, por meio de uma base empírica constituída por uma série de assentos cartoriais de nascimentos. Esses registros foram trabalhados através da análise quantitativa e possibilitaram a verificação de como o nome era utilizado pela sociedade da época. A justificativa para desenvolver esta pesquisa, deve-se à importância de conhecer as transformações e a dinâmica geral da população no tocante aos processos de atribuição, incorporação, variação e transmissão de prenomes, segundos nomes e terceiros nomes, indicando um panorama onde o nome era considerado um patrimônio imaterial a ser administrado conforme as estratégias possíveis em uma sociedade estratificada. Para atingir os objetivos propostos, foram seguidas as seguintes etapas: a) Levantamentos de dados dos livros cartoriais de nascimentos; b) Elaboração de um banco de dados, que soma até o presente momento, 2291 assentos de nascimentos; c) Produção de sínteses sobre os resultados obtidos, expressos através de gráficos e tabelas, possibilitando-se discussões relativas aos dados obtidos. Entre outros resultados, foram identificadas as potencialidades oferecidas pelos registros cartoriais de nascimentos para o estudo de práticas nominativas. Através dos registros analisados foi possível vislumbrar as escolhas que os indivíduos e famílias faziam no uso de seus nomes e também os possíveis significados que teriam dado a tais práticas, demonstrando a importância que a sociedade da época depositava no nome, que configurava-se como um patrimônio imaterial, cujas estratégias, como a tendência, era transmitir nomes já presentes na família e comunidade.